Wednesday, October 29, 2008

telona na TELINHA

João Emanuel Carneiro é o roteiristas de TV de carreiras mais meteóricas e de sucesso dentro da TV Globo. Em seu currículo apenas três novelas: Da Cor do Pecado (2002), Cobras e Lagartos (2005) e a atual A Favorita (2008). A trama que relata o duelo entre duas ex grandes amigas, é a estréia de João Emanuel na faixa nobre da emissora do Jardim Botânico. O que pouca gente sabe é que Carneiro é um roteirista de sucesso também no cinema, com duas tramas que passaram pela academia de hollywood com louvor (sim, hollywood). É dele o roteiro de Central do Brasil e Diários de Motocicleta, ambos dirigidos por Walter Salles. A minha iquietação é de buscar a resposta do porquê que um roteirista do gabarito de João Emanuel Carneiro troca a telona pela telinha, quando muitos dos profissionais de TV vão para o cinema após a consagração global (vide nomes como Daniel Filho, Jorge Fernando e Guel Arraes). A respostã não é óbvia, mas não é difícil.

A questão toda é que o cinema feito pelos últimos nomes citados é um cinema pobre, barato e quase que um especial de fim de ano da Rede Globo (alguns realmente são). Tirando o talento de Guel Arraes, que mesmo em escorregadas como A invenção do Brasil, pode receber bons créditos por O Auto da Compadecida (Microssérie da Globo que ficou cinematograficamente bem editada para a telona), os outros são muito fraquinhos, com cenários dignos de Rede Record. Já João Emanuel não. Ele trabalhava com o lado bom do cinema nacional. O lado não polarizado, não pasteurizado. E esse, carece, e muito, de incentivos. Tanto que pessoas como Walter Salles têm que sair do país para conseguir recursos para seus trabalhos.

Ao optar em roterizar novelas, João Emanuel Carneiro recebeu um (ótimo) salário, um grande prestígio pela emissora, por conta de seus dois trabalhos anteriores, com audiências mais que satisfatórias. E em sua empreitada às oito vêm carregada de novidades. Roteiro ágil, mistério desvendado no início e uma clara setorização na trama em três camadas: MISTÉRIO, TRIUNFO DO MAL, TRIUNFO DO BEM, dá fôlego à tramas de suspense em novelas, pelo novo formato, pela coragem de se desvendar um assassino logo no início da história e pelo ar de cinema que seu roteiro traz. Por essas e outras a audiência de A Favorita vem alcançando bons índices, e vai afastando nomes talentosos como João Emanuel Carneiro da sétima arte. Ganha a televisão, pelo investimento. Perde o cinema nacional, pela falta do mesmo.

Tuesday, September 09, 2008

Farewell

Me lembrei agora da cena do filme "A Noviça Rebelde", em que as crianças cantam "So long, farewell..." se despedindo teóricamente para uma noite de sono como outra qualquer, mas naquele momento, se despediam da casa, da nação, da zona de conforto que viviam, para serem mais outros perseguidos por Hitler, que naquele momento invadia a Áustria. E como era triste o olhar do patriarca daquela família, no momento daquele adeus. Pois sabia que muitas coisas, por muito tempo, não seriam da forma como eles desejariam.

Curioso que eu to falando disso, e me lembrando, talvez em um ato do meu subconsciente, me avisando que muitas coisas acontecem em nossas vidas e em determinado momento, temos que dar um "so long", como se fosse um até amanhã, ainda que se saiba que o amanhã não será tão próximo como a distância de uma noite que separa um dia do outro. Nem sempre as coisas acontecem em nossas vidas da forma que queremos. Na verdade, em diversas vezes acontecem em nossas vidas as coisas que menos esperamos e desejamos. E quando assim o é, tenta-se contornar da forma em que administre e se conviva com essas situações inesperadas e não queridas. Em situações extremas, o melhor é um "farewell", ainda que doído e indesejado. Ainda que o que se mais quer é um "hello, I miss you". Mas, muitas vezes para que possamos voltar à nossa terra, à nossa casa e aos hábitos mais comuns de nossas vidas, é necessário que haja um "audieu".

E mesmo que tanhamos esse momento, e você sabe bem o que eu estou dizendo, não me esquecerei em momento algum de cada momento, cada gargalhada, cada conversa, cuidado, afeto e toda sorte de coisas boas vividas nesses tempos, e continuo dizendo que tenho somente flores pra jogar. Sempre estarei aqui. Sempre disposto, sempre ouvinte, sempre amigo, sempre companheiro. Assim como você o é. E sei que sempre será. E toda tormenta se tranformará no melhor; assim como grandes tempestades que vêm em sua sequência, acompanhadas de muita cor, assim tenho a noção que será.

Farewell não é adeus, assim como para a família von Trapp não foi. Eles retornaram pra casa e viram uma Áustria ainda mais linda. Quando toda ferida se for, permenecerei; permaneceremos, melhores, mais maduros, mais próximos. Farewell. Até breve.

Monday, September 01, 2008

Peregrino

Sou apenas um caminhante
Que perdeu o medo de se perder
Estou seguro de que sou imperfeito
Podem me chamar de louco
Podem zombar de minhas idéias
Não importa!
O que importa é que sou um caminhante
Que oferece sonhos para os passantes
Não tenho bússola nem agenda
Não tenho nada, mas tenho tudo
Sou apenas um caminhante
À procura de mim mesmo

Friday, August 29, 2008

Sinapse

Eita dia de bebidinha amarela, sorrisos, cabelos negros azulados, e sinapses muito ativadas. De forma tal que conversas foram usadas sem palavras e foi muito divertido. E diversão vinda em forma de surpresa. Surpresa de ter conhecido de verdade ontem uma pessoa que eu já conhecia há alguns anos. Mas de fato visto e enxergado a pessoa que há muito já entrara em minha vida e intimidade, mas somente agora pudemos ser íntimos de fato.

E foi legal, pois a surpresa foi grata, pelo fato do efeito que causou. Não esperava que ia encontrar tanto pano pra manga pra conversar, e que dali daquela cabeça preto azulada eu me supreendi. Pois é delicada, inteligente e com piercing?

UI...dias de sinapses ultra ativadas.

Tuesday, July 29, 2008

O que realmente importa?

O que realmente importa? Será que as pessoas são realmente importantes, ou importantes são momentos? Ou nem os momentos; importante seria então aquilo que pode ser tirado de proveito em uma relação interpessoal? Sei lá, mas amanheci com esse questionamento.

Já escolhi que pra mim importantes são as pessoas. Independente de qualquer coisa

Thursday, July 24, 2008

Evolução do novo para o velho

Será que é possível se evoluir do novo para o velho? No meu caso vejo que é possível. O novo momento passou e não foi exatamente como eu esperava. Na verdade, quase que sempre nas nossas vidas as coisas não são exatamente da forma como imaginamos. Confesso que me assustei, mesmo tendo uma certa expectativa a respeito, pois não imaginei que o momento fosse tão "momento" assim.

Até porque foram coisas que, mesmo tendo o intervalo de um mês apenas, coisas das bem interessantes foram ditas e feitas. Esses momentos de fato eu não abro mão. Mas pelo que se foi dividido, compartilhado, conversado, olhado, falado, não esperava de fato a interrupção abrupta. E quando essas coisas surgem, fico meio atordoado. É natural, apesar de desconfortável. Coisas como um bar só nosso, uma sigla só nossa, um mundo quase só nosso, me motivaram a entrar de cabeça nesse barco. E confesso que não é um barco furado. Só um barco que atraca antes do imaginado, por falta de combustível. E foi exatamente isso que me surpreendeu.

Voltando um dia antes de ter conhecido esse barco, antes de tudo isso começar, lembro-me de como eu me encontrava, e de fato me alegrei com isso. Eu disse um tempo atrás que eu tinha passado por um momento de transformação muito grande. E é verdade. Esse ano de 2008 vai ficar marcado em minha vida como o ano das tranformações. Muita dor foi necessária para que eu arrancasse de mim todo casta de coisas ruins, mas valeu muito, pois nem ranso ficou. E, num momento em que se olha para o espelho e se gosta do que vê, que se recosta a cabeça no travesseiro e se tem paz, nada tem valor maior. E foi nesse momento que começou o que seria novo. E foi realmente tudo muito novo, imediato, meteórioco. E não menos profundo, sério, carinhoso e maduro. O que mais me deixou satisfeito foi com a franqueza e honestidade mútuas que foram norte disso tudo. Aí eu confesso que só faltou um poquinho de cuidado e precaução para que não se acontecesse o que ocorreu: falta de combustível no meio da viagem.

Mas a evolução do novo para o velho é às vezes o que devemos experimentar. Pois no novo se solidifica algo bom que, no velho, que é você em vôo solo, pode ficar melhor ainda. E aí eu aprendi como ser doce, afetuoso, bondoso; tudo isso de peito e coração abertos. Sinto falta sim, dos depoimentos, da fotografia com várias faces de uma mesma pessoa dedicada com tanto carinho. Trocas de carinho tão profundas, do cafuné, do cheiro de eternity, da Laura ensopada cantando só pra nós, da piña colada de morango, dos roncos até depois de uma noite dançante. Mas isso são momentos que se passaram. O mais importante fica e fica pra sempre: ADMIRAÇÃO. E isso será sempre o motivo de ser 2312, independente de qualquer coisa. Evolui sim do novo para o estado velho e corriqueiro. Mas evoluí com orgulho de todos os momentos que passamos juntos, sem tirar nem por. E agradeço a Deus sim, por ter passado pelas suas mãos. A quantidade de tempo nesse caso é inversamente proporcional à qualidade de alegria e de bagagem boa que levarei por toda minha vida. "Vivimi senza paura..."

Wednesday, July 09, 2008

Entre o bem e o mal

Faz tempo que eu não vejo o mercado dito gospel tão aquecido. E isso é algo muito bom e muito ruim. Pela difusão da mensagem de fé Cristã, de fato é um fator dos mais postivos. Na literatura, há publicações das mais variadas e cada vez mais, primando pela qualidade dos produtos oferecidos. No campo da música, então não se vê no Brasil, uma linha que venda tanto e que tão pouco é afetada pela pirataria, já que é difundido que a compra dos falsificados é pecado e dos grandes. Grandes ícones têm se formado vêm se estabelecendo. A qualidade nas produções é cada vez maior, mais atual e em diversos momentos colocando no chinelo, inclusive as produções de nomes tarimbados da MPB. Se voltássemos, 10, 15 anos, viríamos uma produção em crescimento, porém, ainda com uma qualidade de gravação, mixagem e masterização, bem fraquinhas. Visualmente então, melhor em comentar. Hoje há sim, um polo comercial voltado para o público Cristão, no rádio, na tv, e em lojas especializadas, que já concorrem com grandes redes como WallMart, Livraria Leitura, e outros que já têm gôndolas específicas para esse gênero e com títulos diversos, em seu mix de produtos. Por esse lado é positivo, pois há um maior acesso à fé Cristã. Mas a um preço que é preocupante.

Biblicamente falando, a fé é gratuita. Sim, mas isso se implica no ato de receber a Cristo, interiorizar e praticar a sua filosofia de vida. O mercado de vendas de produtos, livros, cds, é algo que se é oferecido a quem quer e/ou pode adquirir. O que me preocupa nem é isso. É em outro ponto, que fica mais na esfera televisiva. Proliferam-se os chamados tele-evangelistas, com programas caríssimos, que outrora, ocupavam as madrugadas e manhãs de canais pequenos e que por isso, tinham preços mais em conta. Hoje ocupam todas as faixas, inclusive a nobre, em canais grandes, e caríssimos. Cada vez mais, pede-se a colaboração sem o mínimo pudor, pelo "anunciar as boas novas de salvação ao maior número de pessoas possível". Duas notícias me chamaram muito a atenção nos últimos meses. A primeira é foi anunciada pela Sociedade Bíblica do Brasil, na revista Eclésia do mes de junho, afirmando, em números que o número de missionários brasileiros no mundo, e no próprio país caiu em 40% nos anos 2000 em relação à década anterior e que também o número de conversões no país caiu 25% em comparação aos anos 90. A(s) outra(s) notícia(s) foi ver os bispos Sônia e Estevam Ernandes presos com dinheiro ilegal no Estados Unidos, indiciados e condenados por lá, por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. E aqui no Brasil Antony Garotinho, eterno candidato da maioria dos evangélicos, ser indiciado por formação de quadrilha armada, em seus tempos de governador e secretário de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. Sem contar também os "Malafaias", "Coelhos" e "Gregórios" que vivem envolvidos em investigações por conta de suas movimentações escusas. Todos esses, tele-evangelistas. Todos esses pregadores do Reino de Deus. Todos milionários. Milionários por serem pastores, por pedirem contribuições, por aceitarem até cartões de crédito e débito nas instituições que lideram, por cobrarem de congregações cachê pra levarem aquilo que é gratuito segundo o próprio Deus: "...Aquele que tem sede venha, e quem quiser, receba de graça a água da vida." (Apocalipse 22:17). Será que é isso que Deus esperava de seus representantes? E pensar que tudo começou com um burrinho!

Thursday, July 03, 2008

2312

2312 não é uma sequência numérica qualquer. É um marco de uma história que começou de forma meteórica e não menos coesa e fincada numa rocha firme. É o simbolo de um momento da minha vida onde eu encontrei algo que há muito me faltava: paz. E paz que não encontrei só por ter encontrado braços que se encaixam perfeitamente com meus abraços, mas por eu chegar em um momento pessoal onde reencontrei isso que há muito eu não sabia que existia.

Além disso, fato é que eu encontrei alguém que posso representar o sentimento com as potências 2312 em eu nome. E olha como a vida nos prega peças fantásticas: é de uma proximidade tão grande, de intelecto, de sentimento, de gostos, que até o nome é o mesmo. Os braços que eu encontro a cada vez que nos encontramos, juntamente com olhos entrelaçados como em cordas, me amarram cada momento mais um poquinho pra mais perto.

2312 tornou-se um símbolo, uma aliança de algo tão bonito, tão próximo, tão companheiro que palavras faltam, na dificuldade que tenho em mensurar, tamanhas são as coisas que se passam aqui dentro e entre nós. Enfim, de certa forma essa sequência numérica representa, em suma, a quantidade de afeto, carinho, respeito, paixão, desejo, amizade, companheirismo e uma caminhada longa e perene de dois que são um. Até no nome: Rafael²³¹²

Monday, June 30, 2008

Acknowledgement

Foi no final do ano de 2007. Não sei ao certo se antes do natal ou do ano novo. Foi na frente da sfiheria. Naquele dia alguém se deparou com uma incógnita, um ser estranho, misterioso, com um passado complicado, pra não dizer que era alguém que tinha a vida mais suja do que pau de galinheiro. Nesse dia, uma história de vida estava mudando. Uma não, duas.

Certa feita ouvi um ditado que diz que pau que nasce torto morre torto. Até que eu acreditaria nisso, até o ano passado. Hoje, depois de ver tanta dedicação, perseverança e cuidado, pude começar a acreditar que situaçoes que são vistas como irreversíveis, não são. Não acredito em impossíveis no que tange ao ser humano. Deus nos criou com a capacidade de mudar o rumo, de transformar nossa história a hora que quisermos. Guilherme de Pádua, assassino confesso e condenado da atriz Daniella Perez é uma nova pessoa, um caráter transformado, uma pessoa de um coração tão bom, mas tão bom, que nem parece ser a pessoa que anos atrás houvera cometido tamanha atrocidade.

Mas o que é importante aqui não é falar de transformações e nem de que já se passou. Pois o que passou passou, não se fala. O que se é não se sabe nada ainda, o tempo dirá. Mas o que é importante nesse momento é trazer uma palavra de agradecimento. E sim, é necessário agradecer, pois em um momento de profunda escuridão e torpor, vi apenas quatro mãos me puxando para ser o que sou. E duas delas, foram mais importantes ainda, pois essas mãos estavam o tempo inteiro não me apontando ao que se passou, mas apontando o que poderia eu vir a ser. E A palavra em resumo a tudo é: GRATIDÃO. E sou muitíssimo grato a essa pessoa que em momento algum me abandonou ou me encolheu a mão. E aqui quero deixar registrado a quem sou grato:

http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=5105483166407695809

Sunday, June 29, 2008

Giuzeppe Meazza

Em 2 de junho de 2007, Laura Pausini apresentou-se no estádio San Siro (Milão), tornando-se a primeira mulher na história da música a se apresentar no célebre estádio italiano. O show contou com músicas de seu novo trabalho, além de seus antigos sucessos. Cerca de 30 músicas foram cantadas, em momentos de profunda emoção e integração com o público. Mais de 70 mil pessoas presenciaram a maior cantora italiana de todos os tempos em popularidade e vendagem de cd's, na itália no mundo, totalmente entregue ao público e em plena sintonia com sua banda e com toda a parafernalha montada, considerada maior inclusive do que a da turnê de Michael Jackson, em 1997. É um show à parte. Um mega telão de led's, de 150m de comprimento, por 15 metros de altura, montado em um palco de mais cerca de 700m², que ocupa boa parte da arquibancada e campo, se junta aos mais de 200 moving heads, num espetáculo grandioso, digno de uma grande artista como Laura.

E o show traria surpresas além do visual preparado pela técnica. Por vola da metade do espetáculo, uma chuva torrencial atinge a cidade de Milão, fazendo um belíssimo, insusitado e enxarcado balé com Laura Pausini e sua banda.

O repertório é impecável (confira ao final da crítica), com destaques à versão italiana de "She", clássico na música americana, ao dueto de "Non Me Lo So Spiegare" que foi cantada com Tiziano Ferro, o medley "La Isla Bonita" - canção de Madonna- e também as clássicas "La Solitudine", que a alavancou ao sucesso quando em 1993, com esta, Pausini viera a vencer o prestigiado Festival de San Remo, além de sua gratidão ao povo brasileiro em uma bossa gostosa de "Apaiconados como Nós".

Com o show, Laura Pausini tornou-se a cantora italiana com a maior platéia da história. O espetáculo foi registrado em um DVD, que foi lançado em 30 de novembro de 2007 na Europa na versão CD+DVD e no Brasil em DVD no dia 20 de dezembro.

Enfim, esta jovem de Ravenna, encontra-se em sua melhor forma, em sua terra, com seu povo e com um taleto indubitavelmente enorme. Graciosa e generosa, Laura Pausini finalmente realiza o sonho de gravar em sua terra, numa noite história. Com toda certeza, mais um grandioso sucesso para essa italianinha que já passa dos 35 milhões de discos vendidos em toda a terra. Nota 10.

Set list "Laura Pausini Live in San Siro 2007":

01. "Io canto" live
02. "Gente" live
03. "Destinazione paradiso" live
04. medley: "Dove sei / Mi libre canción / Come il sole all'improvviso French version / Benedetta passione" live
05. "La solitudine" live
06. "Ascolta il tuo cuore" live
07. medley: "La prospettiva di me / Parlami" live
08. medley: "Víveme / Vivimi" live
09. medley: "Prendo te / She (Uguale a lei) / Cinque giorni / Strani amori" live
10. "Dispárame, dispara" live
11. "Non me lo so spiegare" duet with Tiziano Ferro • live
12. "Y mi banda toca el rock" live
13. medley: "Quando / In assenza di te / Surrender / Apaixonados como nós / Scrivimi" live
14. "Come se non fosse stato mai amore" live
15. "Una storia che vale" live

Monday, June 02, 2008

Cadê, hein?

E mesmo conhecendo cada canto, não tenho encontrado. Ainda que eu revire cada fresta, cada lacuna, estante, gavetas; ainda que tudo saia do lugar eu, não consigo encontrar. Mas essa raposinha esperta aparece quando quer e deixa rastros. E quando vem, vem por caminhos, que de tão óbvios, que é exatamente por eles que nunca esperamos e nos surpreende tanto que sempre rola aquela frase: Caramba, como não tinha visto isso aqui? E é isso que torna essa procura tão fantástica, e curiosamente quando paramos de dizer "Cadê, hein?", é nessa hora que encontramos. Aí o resto da história é que nem novela mexicana: igual pra todo mundo sempre, só mudam os personagens.

Tuesday, May 27, 2008

Ela comeu e se lambusou

A cantora Ana Carolina volta mais uma vez ao vivo com o CD "Multishow Ao Vivo Ana Carolina Dois Quartos", mostrando que seu forte realmente é o palco. Seu trabalho anterior, de mesmo título, é um trabalho refinado, com letras mais rebuscadas, porém um pouco sem luz, sem aquela vida que é próprio da Ana do palco. Porém as canções que foram selecionadas para o cd ao vivo, ganharam uma força muito maior.

Bom é poder ver o esmero da produção, desde os detalhes cenográficos, passando pelas nuances da iluminação até o próprio posicionamento da banda, que merecem um comentário muito do bom: Músicos dos melhores, percursão literalmente iluminada, baixos com ótima mixagem e Jorginho Pessoa na bateria, com um groove digno de Jorginho Pessoa. O figurino de Ana Carolina pecou: ela parecia uma mistura de juíza com drag queen, por conta da maquiagem sempre bem carregada.

Agora, repertório, muitíssimo bem escolhido. Destaques para o início efervescente com o medley "Cantinho/ Fever/ Eu sou melhor que você", seguido por "Eu comi a Madona", passando pela gravação que Ana ainda não tinha feito da sua própria música registrada maravilhosamente bem por Maria Bethânia, "Eu Que Não Sei Quase Nada do Mar" pelo outro medley "Confesso/ Trancado/ Nua/ Pra Rua Me levar/ Encostar Na Tua", sem ter nada de "Garganta" ou "Ela é Bamba". No caminhar do show, as músicas do "Dois Quartos" mostram-se muito mais vivas e fortes, como "Nada te faltará" e "Cristo de Madeira.

O Remix de "Eu comi a Madona", feita pelo espalhafatoso Zé Pedro, ficou mais performático do que bom, mas vale pra quem estava no show. Contra Ana Carolina, os gritos, que poderiam ainda ser menos. Mas ela acertou a mão, fez um trabalho chic e ainda ostenta em tempos de pirataria marcas fortes como 100.000 dvd's vendidos em uma semana nas lojas.

Vale conferir. Pra quem não gosta, é bom. Pra quem é fã, ela se supera. Pra quem é lésbica, podem se lambuzar, pois ela deita rola, mostra vídeos safados e posturas típicas. Enfim, tem pra todo mundo!

Monday, May 05, 2008

O horror do terror

Passados doze anos do lançamento do primeiro filme da série "Pânico", protagonizado pela então ícone do serido adolescente a cabo "Party of Five" parece que não falta "criatividade" para se buscar mais daquilo que já foi feito. A última feita é o filme "Uma Chamada Perdida", filme que conta a história de uma estudante que ouve sua prória voz em uma mensagem de celular, datada de três dias no futuro, revelando que ela será assassinada. Blerght!

Wes Craven, diretor de "Pânico", mestre do terror, e que sempre procura alguma forma de se reinentar, tanto que participou brilhantemente da série de filmetes que forma o belo "Paris, eu te Amo.", viu nos meados da década de 90 que os monstrengos que ele mesmo inventara na década anterior, como Fredie Krueguer, Jason e Michael Meyers, sempre imbatíveis, já não erram tão horripilantes assim, tanto que, mais ou menos na mesma época de "Pânico", lançou, dessa vez como produtor, ais um filme da série "halloween", este , chamado de "h20", comemorando 20 anos do primeiro da franquia, celebrando o encontro da personagem de Jamie Lee Curtis com seu irmão psicótico e de rosto deformado. Não deu certo. Buscando outras formas de terror, encontrou aquilo que que foi considerado como o ponto de partida para a reinenção do horror. Deixando de lado os monstrengos e as deformidades, de coisas que matavam sem razão qualquer (ficando de fora Michael Meyers, o precursor dos assassinos seriais), Craven surge com um ideal de vingança, com ódio, com razões e um único objetivo: acabar com a moral, com o emocional e com a vida de uma única pessoa, extirpando assim tudo na vida da jovem. Com o bom roteiro e a experiência de Kevin Williamson, criador do seriado "Dawson's Creek", "Pânico" rendeu elogios entre a crítica especalizada. A dupla Craven e Williamson ainda trabalharia com o "fenomeno" Jenifer Love Hewitt, na não tão bem sucedda franquia "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado". E daí por diante, o horror dos PÂNICOS.

Pânico na floresta, no lago, em uma cidade inteira, enfim, até os espíritos se tornaram serial killers, como em "O Grito". Salvos alguns casos de suspenses aterrorizantes, como "O Chamado" e "Os outros" (esses oriundos dos olhos assustarores de Halley Joel Osment e da voz que dizia ",I see dead people", em "O Sexto Sentido"), o que mais se fez foi terror com os olhos e ouvidos (ouvidos principalmente, tamanhos a histeria e os gritos), e um festival de extrato de tomate. Enfim, "Pânico" foi um antídoto para uma época e um veneno para outra. Que venha alguém, ainda que Craven, reformular essa bagunça que andam fazendo comum gênero tão bacana, e fazer algo que há muito já não se faz: assustar!

Thursday, April 24, 2008

Com açúcar, com afeto

Se há algo que me deixa muito satisfeito é quando vejo as coisas bonitas desse mundo. Fico muito feliz quando eu vejo criancinhas espoletas fazendo as mais bobas das travessuras, com um casal de velhinhos jogando farelos para pombos na praça do bairro. Fico feliz quando encontro alguém fazendo algo de bom sem querer nada em troca. Mas o que me deixa muito, mas muito feliz mesmo é saber que existem pessoas que cativam você e mostram certas coisas que estão em falta por aí. E não falo de sentimentos eros. Falo da delícia que é poder desfrutar de uma amizade. Do carinho, do colo, da voz, de sentir saudades e de querer sempre a pessoa por perto, para te ouvir, para falar e ser ouvido. Enfim, um amigo, na plenitude que essa palavra significa.

E graças a Deus tenho poucos, porém bons amigos. Dedico-me hoje a falar das características de um, em especial, que tem estado presente em minha vida com bastante frequência. Esse meu amigo é o cúmulo da delicadeza. É aquele que é leve, chic, estilosão, inteligente, não fala seje, menas, mim, a nível de, enquanto, nem o terrível gerundismo. É lindo, tanto por fora quanto por dentro. É um amigo que você pode contar pra conversar, pra te dar ombro, e isso eu vi e senti na pele esse fim de semana. E ao mesmo tempo que é sensível, delicado, e que precisa de um dengo e um carinho de um amigo, ainda que seja pra falar besteiras, até mesmo das mais escatológicas, é forte, uma rocha, um exemplo pra mim por tudo que já passou em sua vida.

Falar dele é fácil, pois não tem jeito de não gostar, com tanta coisa linda que existe nele. Mas eu nunca cheguei a falar de forma clara o que eu sinto por ele, como amigo e quero aproveitar pra expressar aqui. É meu amigo, e nutro por ele um sentimento tão forte, que mistura cuidado, carinho, sentimento de paternidade até. Cuido como se fosse um filhote meu. Sinto por esse meu amigo um desejo de que os maiores e melhores de seus sonhos se superem muito mais do que suas próprias expectativas e que ele seja tão feliz, mas tão feliz, que sua felicidade alcance pessoas em sua volta, como sua singeleza me atingiu. Sinto também ao ver meu amigo, que ainda há coisas nesse mundo que são feitas da forma que tinham que ser: boas. E sinto-me acima de tudo, honradíssimo, por poder dizer que tenho um amigo assim. Lindo, inteligente, simpático, companheiro. AMIGO.

Com açúcar e com afeto, dedico esse post a MEU AMIGO:

Wagner Piassaroli Mantovaneli



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Friday, April 18, 2008

Leve leve

Acordei hoje com a sensação de uma semana que não deveria ter começado. Até que profissionalmente não foi de todo ruim, mas na esfera pessoal foi meio complicadinho. A começar por sentir uma pressão forte por conta de negócios feitos em família, passando por uma bateria de bateção de boca que foi me irritando e me deixando mais pilhado. Mas nada me irritou e nada me irrita mais do que ver algo que é injusto acontecer, principalmente no tocante à saúde física das pessoas.

Como pode, alguém que você encontra, conversa está perfeito de saúde, de repente, por conta de uma distração, um descuido, o fio de vida, de força, some. To escrevendo pra desabafar, mesmo. Um amigo muito especial que cresceu comigo foi atropelado há dois dias e eu acabo de receber a notícia de que os médicos anunciaram sua morte cerebral. Como pode? Por que de sermos tão frágeis, e por que algumas pessoas têm que morrer? Que morram os maus, que morram os de coração ruim e duro. Mas não alguém que sempre foi a personificação da alegria, do cuidado, da doçura. Não um amigo que sempre deixava você pra cima e nunca, jamais o excluiu por ser ou pensar diferente. Não é algo que me deixa satisfeito, essa coisa da finitude, pior ainda as precoces, as brutais e as que me atingem.

"Vida louca, vida, vida breve. Já que eu não posso te levar, quero que você me leve, LEVE"!

Post dedicado ao meu irmão de fé Vamberg Alves!

Fim de semana vai ser bem triste.

Friday, April 11, 2008

Ney é vinho!

Texto publicado originalmente no blog www.coralidades.blogspot.com, e como foi postada por ela minha alma gêmea, e eu, o seu carteiro, tomei-me na liberdade de postar seu texto aqui, até porque é exatamente o que eu penso. Antes, digo só uma coisa: Gosto da Rita Lee fora dos Mutantes, do Sting fora do Police, do Zeca fora do Fundo de quintal, do Jorge fora do Farofa, do Flávio fora do avião (que se mostra até um teco teco sem ele), Do Serjão fora do Monobloco (que permanece um busão com Pedro Luís), do Lobão fora da Blitz (amém)...anfan!

Cora-meu-amor

Diego Moretto, obg por esse presente. Obg M-E-S-M-O

RAFA


"Hoje chegou pelo correio meu "Inclassificáveis", o mais recente trabalho do Ney Matogrosso.
Isso acarretou na minha vida um "dia de Ney".
Depois de ouví-lo pela décima sétima vez, fui nos meus cds e encontrei umas coisas do Secos e molhados, "Vagabundo" e o "Olhos de Farol".

Ainda estou ouvindo o Ney cantar e isso até rendeu uma poesia.
Antes de descrever o indescritível "Inclassificáveis", eu queria falar de saudosismo.
Boa parte dos meus amigos mais inteligentes e próximos "sofrem" do saudosismo musical, e é onde, para mim, a inteligência fica comprometida.
Falar de Ney com eles já virou uma saga na minha vida, venho ouvindo os mesmos comentários desde "Vagabundo".
"Ney era bom no Secos!"
Aí depois conheci "Olhos de farol" e lá vem a mesma frase.
Tudo bem que "Secos e Molhados" foi ícone de geração, referência pra muito artista atual, e sem dúvidas um grande grupo musical, mas a frase "Ney era bom no Secos!" me tira (um pouco) do sério.
Hoje desisti de comentar (verbalmente) com eles a minha sensação diante de "Inclassificáveis", mas eu nunca desisto de me fazer entender, então eu vou desenhar aqui, do que se trata o último cd do que pra mim, é um dos maiores artistas brasileiros.
"O tempo não pára" é crescente como a letra, imagino que o Cazuza queria ter cantado essa música do jeito que o Ney canta nesse cd.
"Mal necessário" é um bem necessário, a voz do Ney entra grave pra cantar que é "um homem, um bicho, uma mulher..." a guitarra é perfeita e o piano é absurdo, quando a bateria entra você entra numa onda empolgante e o Ney vem junto.
"Leve" tem uma introdução sambinha e a percursão que entra no refrão deixam a gente leve mesmo.
"Fraterno" com o barulho do mar associado ao piano na introdução, e o groove associado ao carrón durante a música só não são mais paradoxos que a própria letra, é quando tudo casa.
"Ouça-me" (e precisa pedir Ney?) "... entre a Terra e a Lua, minh'alma tua..."
Eu não vou descrever todas as faixas, mas tem um detalhe pontual neste cd.
"Veja bem, meu bem" na sua melhor versão, bolero rock, serve?
"Coisas da vida" tem uma batida malemolente que se você se distrair, vai dançar! (isso é literal)
"Ode aos ratos" bom, se o Chico soubesse cantar... enfim...
Que saudosismo o que? O Ney é vinho, e dos bons!"

Friday, March 28, 2008

As time goes by

I love time. I love music. I love to be with you. In you. I don't think time is my enemy. Otherwise, you wouldn't be here. I love laght, talk, kiss, touch, feel, breathe, touch again, hanging, pushing, dreaming, imagining, having...and other things concernet to you. And as time goes by, things gets clear, and you...hã...you! No words in English language. No words at all to tell. Just feeling.

Tuesday, March 25, 2008

Ode a 1279049es

1279049es é lindo. Não pensem que estou entrando numa vibe numerológica ou numa crise meio Hurley de "Lost", com seus místicos números. Há muito mais coisas além de simples números com duas letras, nessa seqüência. É curioso, pois em corpo presente foram poucos e rápidos os encontros. Em compensação, as conversas periódicas e frequentes são deliciosas como um pernil de porco.

Mas você deve se perguntar qual seria a razão de rasgar a seda assim para 1279049es. Por ser uma pessoa que me agrada, em seu jeito, em sua forma mignon, em seus textos quase que saborizados, em nossas conversas e no enorme carinho, quase inexplicável pela beleza e intensidade. Também por ser uma das poucas pessoas que eu consigo ter gostos tão próximos. Enfim, sé há possibilidade de definir 1279049es em uma palavra essa seria "delícia".

Mas o que é fato é que, quando eu gosto, não consigo esconder. E não consigo esconder a ternura, o apreço, a preocupação e a vontade, a torcida de ver quem eu considero bem, feliz, pleno. E escrevo aqui pra dizer o seguinte, pra você eu faço "com açúcar, com afeto." E também porque:
"É de manhã, vem o sol mas os pingos da chuva que ontem
caiu
Ainda estão a brilhar, ainda estão a dançar
Ao vento alegre que nos traz esta canção

Quero que você me dê a mão
Vamos sair por aí sem pensar no que foi que sonhei,
que chorei, que sofri
Pois a nossa manhã já me fez esquecer
Me dê a mão, vamos sair pra ver o sol

Vamos sair por aí sem pensar no que foi que sonhei,
que chorei, que sofri
Pois a nossa manhã já me fez esquecer
Me dê a mão, vamos sair pra ver o sol".

Então, é isso...vale sim. 1279049es vale.

Sunday, March 23, 2008

Depois do baque, a serenidade.

É tão gostoso e gratificate depois de um tempo de fortes tormentas interas pra se descobrir há um por vir. E como é bom saber disso, pois há tempo para se acomodar coisas dentro de nós, e coisas a se tirar, e outras coisas que não se pode tirar em hipótese alguma.

Pensei que, como passei por algo arrebatador e rápido, as coisas também iriam embora da mesma forma. Mas me enganei e me alegro com isso, já que quando olho pra mim e gosto do que eu vejo lá dentro, presente num lugar bem especial, ainda que as circunstâncias digam o contrário, as pessoas ao seu redor digam o contrário, mas você, só você de repente, mais uma pessoa saiba junto contigo, o quanto que isso é verdadeiro, puro, honesto e bom.

Percebo que meu estranho jeito de sentir coisas é nada mais que normal, pois eu honro a quem tem honra, idepentente de qualquer coisa: situação, tempos, escolhas. Sendo honrada, a pessoa sabe muito bem que tem total jurisprudência e a tem por conta do respeito, do cuidado e da honra. E por conta disso, aquilo que num dado momento inicial, foi motivo de dor, transofrmou-se em serenidade, tranquilidade e certeza e, por conta da certeza, paz, pois o que é meu é meu e no devido tempo, aquilo que está guardado virá até minha vida, mas no tempo determinado.

Ahhhh, o tempo. Esse jovem senhor. Ele cada vez mais me prega peças e me mostra que muito melhor é ser seu amigo do que ficar com sofrimentos estúpidos por conta de coisas que ele mesmo já preparou e que conspiram para o melhor. É só ter calma, paciência e tranquilidade.
O tempo, é ele quem tem que ser sempre, o Senhor da razão!

Wednesday, March 19, 2008

Bendita Japa

Não é por nada não, mas essa mulher se superou. No período de um ano pra trás eu escutei muita coisa. Gostei do samba de Maria Rita; das experimentações rebuscadas de Marisa Monte; até do pop sempre pop de Lulu Santos, mesmo com o rei que insiste em não sair de seu ventre. Escutei muitas coisas, desde que minhas críticas começaram a ser ouvidas, tive que correr pra ver as novidades, e quase fiquei sem fôlego, e uma das coisas que ficaram no caminho, foi o cd dessa mineirinha com carinha singela, fala ácida e roupas estilosas. Fernanda Takai, é o nome, "Onde Brilhem os Olhos Seus", é o nome do rebento, que tem pai e mãe.

Idealizado pelo compositor/escritor/jornalista/agitador cultural Nelson Motta, "Onde...", vem de um desejo antigo dele de fazer algo que trouxesse para os dias atuais a obra de uma das grandes mulheres da MPB, Nara Leão. Quando começou a separar o repertório, não pensou em outra voz a não ser da de Fernanda Takai. Apesar de ter sido mal visto por pessoas próximas, por não acreditarem que uma cantora de uma banda de rock com capacidade de cantar bossa nova. Aí é que entra a genialidade simplória de John, marido da cantora, parceiro no Pato Fu e produtor desse ábum. Na verdade foi preservado o repertório, mas as músicas foram praticamente que refeitas, encaixando, melodias e timbres à voz de Fernanda.

Além disso "Onde..." ganha no simples. Arranjos simples e sentimentais, fazem um cd de leveza e delicadeza que há muito não via. Ganha Fernanda, John, mais uma vez Nelson, o público e, acima de tudo, a Música Brasileira"

Tuesday, March 18, 2008

Underneath me

Don’t U came to whisper in my ears that I CAN NOT. I’ve been there already; on the house of doubts; and as I get in, I get off…alone. I’ve learned how to accept the light (Now I try to live by the light). I’ve learned how to don’t let U bring me down. I’ve learned who I am. I know how I am; and I accept that too. I love myself. I trust in God. I believe in me.

Monday, March 17, 2008

Reformas

Ufa, o que faríamos sem o domingo? O domingo, como diria Clarisse Lispector, é um mini-ano novo semanal, feito pra olhar para a semana que passou e fazer planos para o próximo período hepta. E isso é extremamente proveitoso. Arruma-se o armário, conserta-se o carro, paga-se contas, troca-se o layout do blog. faz-se tudo aquilo que é necessário; às vezes até tomar posturas na vida.

O título "Reformas" é realmente interessante, pois o que está em reforma, se analizarmos, é aquilo que já existe e está sendo deteriorado com o tempo, necessitando de reparos importantes com o objetivo de se tornar o mais próximo possível daquilo que o original houvera proposto. Partindo do prisma etmológico, "REFORMA", vem da ideia de fazer novamente a forma. "Re" dá a idéia de regresso, retorno; logo, "REFORMA", passa a idéia de "Volta ao formato", certo?

Aí é que tá, porque as pessoas vivem e não se analisam? Eu tenho feito isso há alguns dias e tem sido realmente interessante. É veramente cruel que muitas vezes encontramos coisas feias e mal cheirosas em nossas gavetas escuras. Às vezes tão ruim que fica parecendo como um sepulcro caiado e em toda a sua imponênca externa, mas podre, fétido e morto naquilo que há dentro. Mas o que é bom, é o fato de que há possibilidade de se abrir a sepultura e fazer com que aquilo seja levado embora. Pois então, as pessoas vivem, tropeçam, se ralam, até racham a cabeça dura, mas continuam andando como se tudo fosse festa, e vão deteriorando aquilo que era tão bom no modelo original, e muitas vezes, o que é mais triste, nem percebem isso.

Mas é realmente bom que, como disse Lispector, esse Ano-Novo semanal é para refletirmos mesmo e tomarmos a forma que seja aquela, a prima. E isso pode ser hoje.

E nesse clima festivo de virada termino com Nelson Motta: "Hoje é um novo dia de um novo tempo que começou. Nesses novos dias, as alegrias, serão de todos, é só querer. Todos nossos sonhos serão verdades, o futuro já começou. Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa é de quem quiser, quem vier..."

Sunday, March 16, 2008

M(eu) caos, M(eu) remédio

Refletir, pensar, sentar em um canto e deglutir pensamentos. Planejar coisas diversas, chamar um caminhão de gente pra sair, e no final das contas a melhor companhia ser você mesmo. Não que você seja só, mas nesse dado momento a melhor pessoa para estar ao seu lado é você mesmo.

Ser autista (com o perdão das pessoas com capacidades especiais que são denominados assim), às vezes é muito bom. Olhar pro seu umbigo diversas vezes, em momentos específicos é muito bom. Quando pessoas descartam sua amizade, ou quando você não se não se valoriza diante de pessoas que são até pessoas bacanas, legais e agradáveis; pessoas que te entontecem; pessoas que até se inebriam por você, as não sabe se você é bom suficiente. Em momentos assim, correr para a toca é muito, muito bom!

Por diversas vezes, chegar em uma conclusão séria e tão interiorizada de que você é a pessoa que faz mais mal a ti, quando não te importas com as coisas que podem te levar à pique social, emocional, quando as pessoas ao seu redor fazem coisas que te no fundo, lá no fundinho, te magoam e não faz nada para mudar o rumo e ao mesmo tempo, você também consegue ser seu estanque, sua paz, e sua certeza de que, enquanto houver você em sua essência, energia e EGO, você ainda permanece a salvo de intervenções de terceiros, pode ter certeza. As coisas passam, assim como as pessoas. Fica contigo aquilo e aqueles que estão guardados para você...os que vão valer verdadeiramente!

Sunday, March 02, 2008

Cronos vs. Kairós

Juro por tudo que há de mais sagrado que não falarei sobre o divino. Falarei sobre o tempo, ou os diferentes tipos de tempo. Já explico. É por conta de uma relação que existe entre dois tempos que me intrigam e talvez esse meu corpo humano não me permite entender mesmo, justamente pela forma que atualmente me encontro.

Há quem diga que há dois tipos de tempos diferentes. O tempo cronológico, que vivemos, com princípio, meio e fim. O tempo que é medido por anos, por tempos, primaveras e por duas coisas básicas e que todo ser humano nesse mundo tem que passar: nascimento e morte. E filosoficamente, é um tempo aprisionador, pois o ser sofre com o que passou, com o que será e com o porvir. Aí que entra o outro tempo, que se diz existir: o Kairós.

Esse tempo é um tempo que não é medido por anos, meses, dias, horas, minutos e segundos. É atemporal. Um dia em Kairós pode ser como mil anos e mil anos como um dia. Não é um tempo sem fim, mas seria justamente o fim do tempo. Onde não se sente o tic-tac, menos ainda o cuco. Monotonia não faz parte do vocabulário.

E como se chegar lá? Humm, esse é o grande desafio e mistério da vida. Tem que se permitir visualizar que num dado momento algo veio de kairós, e entrou no tempo cronos de forma discreta e fundamentalmente exata e concreta, com o objetivo de tirar o homem do tempo cronos e no findar, levá-lo a kairós.

O que seria isso? Por qual motivação real esse objetivo teria? Isse é que o mistério que queria que você descobrisse. E a palavra mistério não é exagero. Não é insondável, mas é um mistério. Se descoberto, há uma opção a se fazer.

Thursday, February 28, 2008

Crônica do amor

"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?Não pergunte pra mim você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa."

Thursday, February 07, 2008

O tempo realmente não pára

O tempo, como diria Cazuza, não para. E é uma pena que vejo pessoas com potenciais imaravilhosos, acharem que o tempo não passa. Ontem eu conversava sobre isso com meu bem querer. Me preocupa ver que o tepo passa e as pessoas não percbem. E juntamente com o tempo, as oportunidades também passam e passam voando. E quando se vê, não há mais jeito, é se conformar com uma colheita ruim!

Thursday, January 31, 2008

Lá vem...

Tá vindo, chegando gostoso e mesmo que de forma delicada, sem pedir permissão pra entrar.
Vem e te faz sentir pleno, completo.
Também, com alguém assim, desse jeito assim, de um carinho assim!
Não há como, não dizer...que eu to gostanto de você.
Que eu penso em você, sonho e acordo com você salpicando minha mente de bons sentimentos.
Enfim, que bom que é você. Que bom é ter você. É ondE que eu sinto dentro de mim.

Wednesday, January 30, 2008

Até a morte morre de medo!

É curioso um homem falar a respeito de um assunto que, em tese, faz parte exclusivamente do universo feminino. De certo que fico feliz de ter nascido homem, e garanto que não é um comentário machista e sim covarde! Não aguentaria a rotina do ciclo menstrual, do parto (sinto calafrios de dor só de imaginar) e da tão devastadora TPM. Há quem diga que uma mulher é capaz até de matar quando se encontra nesses dias.

Mas é de se dar medo, e eu gostaria de compreender as mulheres nesses tempos e que os homens fossem compreendidos também. De certo há cientificamente atestado que ocorrem determinadas reações químicas no organismo feminino que geram essas abruptas reações de humor.

Sei que estou escrevendo isso, pois hoje, o ser humano mais calmo do mundo, minha mãe-uma senhorinha de 59 anos de idade e que ainda tem seu fluxo menstrual perfeito- ter uma crise nervosa diante de mim por conta da tosse sem fim que eu me encontro, fruto de uma gripe que me enferma. Caramba, se até ela, o poço da longanimidade está suscetível à essas intempéries, de certo, vejo que a mulher não é frágil e sim complexa e cheia de nuances das mais interessantíssimas. Mas que a TPM poderia não existir, isso é fato!

Monday, January 28, 2008

Medo do medo que dá. Dá que dá no medo

Essa foi a semana em que mais falei sobre medo nos últimos tempos. E curiosamente foi a semana que eu mais me senti seguro em muito tempo. Curioso mesmo, pois muitas vezes nos enchemos de muitas coisas que fazem parecer que temos uma carapaça forte e inquebrável. Mas o sentir seguro tem um sentido etimológico muito maior.

Mas algo que eu andei falando por aí é que muitas vezes pessoas determinam o caráter e a essência de uma pessoa por conta de seus medos e de coisas que passam pela sua cabeça. Acredito que somento os mortos não sentem medo. Pois até os que sofrem patologias das masi graves e que fazem coisas das mais esdrúxulas, sentem medo. E isso não determina aquilo que faz a pessoa por dentro. Fico imaginando como deve ser triste se houvesse a possibilidade de termos um olhar além desse tempo cronológico que nos prende e víssemos ao mesmo tempo o passado, o presente e o futuro da vida inteira de pessoas que deixamos de nos relacionar simplesmente por conta de pré-conceitos, quando pensamos que a pessoa é complicada pois tem medo. Se víssemos a história de vida de cada um, talvez sentiríamos vergonha de nosso egoísmo; e também raiva por vermos que pessoas foram desperdiçadas em nossas vidas, que serviriam de grande ajuda para nossa formação de caráter.

Até que acredito que seja bom sentir medo. Pois o medo nos faz pensar e refletir em coisas que nos fazem crescer, sejam coisas ruins ou boas. Mas sentir medo é bom sim. Desde que sintamos e ele seja um aliado no caminhar de vida, para nos encorajar a ir adiante em desafios, pois quando eles passam por nós, vemos que o medo serviu apenas para que os passos fossem bem calculados, já que depois vemos que o bicho nem era tão cabeludo assim.

Foi a semana da coragem. De chuva, becos, e conversas boas!

Bonzinho. Fofinho. De longe.

O blockbuster da vez em Hollywood, se sombra de dúvidas é "O Caçador de Pipas". Dirigido por Marc Forster, belícimamente adaptado por David Banioff (A Última Noite) a partir do livro de Khaled Hosseini e que conta a história de Amir (Abdalla), um afegão refugiado nos Estados Unidos que, às vésperas de lançar seu romance de estréia, recebe uma ligação de um amigo da família que agora se encontra no Paquistão. O telefonema leva a um longo flashback que nos remete à infância de Amir e à sua amizade com Hassan (Mahmidzada), filho do empregado da casa. Pertencente à etnia Hazara, Hassan é visto com preconceito pelas crianças locais, que também antagonizam Amir por não aprovarem as atitudes de seu pai, Baba (Ershadi), que insiste em proteger seus empregados – algo que leva a um incidente particularmente violento que culmina no rompimento da amizade entre as duas crianças. Para piorar, com a invasão do exército russo, Baba, notório anti-comunista, é obrigado a deixar o país ao lado do filho, que, anos depois, descobre que o destino de seu velho amigo Hassan não foi dos mais felizes.

Tenham certeza, falarei do filme e não será por alto. O que me impressiona é a capacidade de todo mundo acreditar que essa história é simplesmente uma história de amizade profunda. Se me chamarem de maluco por acreditar em teorias malucas, eu posso até acreditar, mas em "O Caçador de Pipas" ´ fica escancarada a necessidade de se levantar uma bandeira apologista em prol dos norte-americanos e de seus atos em guerra. Quase que uma forma de justificativa por tudo aquilo é feito em guerra pelas forças yankies. Por isso saí do cinema com raiva do filme, por mais que eu tenha achado o filme esplêndido. Se você tem o mínimo de senso de política e das coisas que acontecem no mundo, creio eu que o mesmo sentimento aparecerá ao sair da sala de cinema.

Enfim, falando do filme, propriamente dito, "O Caçador de Pipas" fala sobre guerra (óbvio até agora né?).

Embora aborde a instabilidade política no Afeganistão ao longo das décadas nas quais a trama se passa, O Caçador de Pipas observa a guerra com os russos e a conseqüente dominação do cruel regime taliban como algo periférico, que se torna pertinente apenas no que diz respeito às suas conseqüências nas vidas dos personagens. Com isso, é a dinâmica entre estes que compõe a alma da narrativa – especialmente a amizade entre os jovens Amir (Ebrahimi) e Hassan. Aliás, o relacionamento dos garotos é especialmente complexo, já que Hassan não é apenas um amigo, mas também um empregado de Amir – e sua fidelidade ao outro é marcada pela submissão. Em determinado momento, por exemplo, ele afirma que “comeria terra” se Amir assim ordenasse e, quando este pergunta se isto é verdade, Hassan confirma, mas indaga, angustiado: “Você me pediria isso?”, levando seu amigo-patrão a negar, indignado. Esta breve troca de diálogos, diga-se de passagem, resume perfeitamente a complexa natureza daquela relação e planta, no espectador, a certeza de que algo que exige tanto equilíbrio não poderá durar por muito tempo quando os envolvidos são crianças e, portanto, imaturas demais para compreender sentimentos tão conflitantes.

Da mesma maneira, o filme encontra, no campeonato de pipas que ocorre em determinado instante, uma metáfora maravilhosa (e tocante) para a forma com que os dois garotos enxergam o mundo: enquanto Amir é um mestre no controle da pipa, cortando a linha de seus oponentes com destreza, Hassan é o “caçador” do título, mostrando-se extremamente hábil na tarefa de encontrar as pipas derrubadas pelo amigo. Em outras palavras: enquanto Amir se delicia com a liberdade do brinquedo e a segurança de poder “voar” quando necessário (como realmente fará no futuro), Hassan é obrigado a manter os pés no chão e a lidar sem concessões com a realidade. Aliás, não é à toa que ele demonstra uma visão tão pragmática quando ouve uma história criada por Amir sobre um homem cujas lágrimas podem ser transformadas em pérolas e que, para provocar o próprio choro, mata a esposa. “Por que ele não descascou uma cebola?”, questiona o pequeno menino Hazara, sem hesitar, deixando o sonhador Amir sem palavras.

São momentos como estes que ilustram a sensibilidade de Hosseini (e de Benioff) ao compor seus personagens – algo também confirmado pela natureza absurdamente complexa da raiva que Amir gradualmente passa a sentir de Hassan depois de testemunhar a violência sofrida por este nas mãos dos garotos locais. O que Amir não percebe é que sua antipatia é fruto da própria inação, já que a presença do amigo o faz lembrar da própria fraqueza ao não defendê-lo – e, ao tentar afastar o outro, ele procura esconder o espelho que reflete sua covardia. É fundamental dizer, a propósito, que as performances dos garotos Zekeria Ebrahimi e Ahmad Khan Mahmidzada são profundamente sensíveis e tocantes, o que se torna especialmente surpreendente se considerarmos que os dois jamais haviam atuado antes (e Mahmidzada, em especial, comove com sua submissão e com a alegria infantil que exibe ao ser presenteado com uma pipa, quando um largo sorriso enfeita seu rosto tão precocemente sério).

Enquanto isso, Homayoun Ershadi (O Gosto de Cereja) transforma Baba numa figura igualmente complexa: por um lado, seu carinho por Amir é óbvio; por outro, sua frieza ao exigir mais rigidez do garoto assusta por suas implicações. Ao mesmo tempo, é fácil compreender por que ele julga tão importante incentivar o filho a assumir uma postura mais ativa, já que ele próprio é um homem idealista que não hesita em arriscar a vida para defender um desconhecido. Baba é um pai imperfeito, é verdade (mas quem não é?), mas é também um homem que sabe reconhecer a importância de permitir que Amir siga seu próprio caminho, mesmo que não o aprove – e Ershadi retrata todas estas nuances de maneira sempre tocante, lembrando a igualmente magnífica performance de Irfan Khan no sublime Nome de Família. A diferença é que, aqui, uma revelação feita no final do segundo ato acaba jogando uma sombra particularmente pesada sobre a memória de Baba (o que não deixa de torná-lo ainda mais ambíguo).

Continuando a exibir uma versatilidade admirável na maneira com que conduz seus projetos (A Última Ceia, Em Busca da Terra do Nunca, A Passagem e Mais Estranho que a Ficção), o cineasta Marc Forster já acerta ao escolher paisagens particularmente desoladas da China como locações substitutas para o Afeganistão, já que a aridez vista na tela reflete perfeitamente o tumulto emocional de seus personagens – e a pequena árvore no meio das pedras é um símbolo perfeito do microcosmos de segurança promovido por Baba (e que também se desfará eventualmente). Além disso, Forster cria elipses inspiradas em diversos momentos, destacando-se aquela que transforma um caminhão na fronteira com o Paquistão em um trem elevado na Califórnia e, é claro, aquela que contrapõe uma festa de casamento ao instante em que os noivos a revêem num álbum de fotos. E mais: o diretor se mostra capaz de evocar a alegria do campeonato de pipas (quando, numa pan de tirar o fôlego, revela dezenas de crianças nos telhados de Cabul) e a brutalidade do regime taliban com a mesma eficiência, transformando O Caçador de Pipas numa admirável montanha-russa emocional.

Mas, embora acompanhemos os horrores aos quais aquele sofrido país se viu submetido ao longo dos anos (e a situação impossível do diretor do orfanato é um exemplo doloroso), o filme narra, no final das contas, a trajetória de uma testemunha daquela História: um homem que, por fim, aprende que defender o que julga certo não exige tanta coragem como supunha, mas apenas a força de seus princípios.





Monday, January 07, 2008

tempo perdido?

Existe, gente certa pra hora errada?
Quando há hora que não esperamos e vem, temos que dispensar ou sair do roteiro?
Deixo então a pergunta aí.