Thursday, April 24, 2008

Com açúcar, com afeto

Se há algo que me deixa muito satisfeito é quando vejo as coisas bonitas desse mundo. Fico muito feliz quando eu vejo criancinhas espoletas fazendo as mais bobas das travessuras, com um casal de velhinhos jogando farelos para pombos na praça do bairro. Fico feliz quando encontro alguém fazendo algo de bom sem querer nada em troca. Mas o que me deixa muito, mas muito feliz mesmo é saber que existem pessoas que cativam você e mostram certas coisas que estão em falta por aí. E não falo de sentimentos eros. Falo da delícia que é poder desfrutar de uma amizade. Do carinho, do colo, da voz, de sentir saudades e de querer sempre a pessoa por perto, para te ouvir, para falar e ser ouvido. Enfim, um amigo, na plenitude que essa palavra significa.

E graças a Deus tenho poucos, porém bons amigos. Dedico-me hoje a falar das características de um, em especial, que tem estado presente em minha vida com bastante frequência. Esse meu amigo é o cúmulo da delicadeza. É aquele que é leve, chic, estilosão, inteligente, não fala seje, menas, mim, a nível de, enquanto, nem o terrível gerundismo. É lindo, tanto por fora quanto por dentro. É um amigo que você pode contar pra conversar, pra te dar ombro, e isso eu vi e senti na pele esse fim de semana. E ao mesmo tempo que é sensível, delicado, e que precisa de um dengo e um carinho de um amigo, ainda que seja pra falar besteiras, até mesmo das mais escatológicas, é forte, uma rocha, um exemplo pra mim por tudo que já passou em sua vida.

Falar dele é fácil, pois não tem jeito de não gostar, com tanta coisa linda que existe nele. Mas eu nunca cheguei a falar de forma clara o que eu sinto por ele, como amigo e quero aproveitar pra expressar aqui. É meu amigo, e nutro por ele um sentimento tão forte, que mistura cuidado, carinho, sentimento de paternidade até. Cuido como se fosse um filhote meu. Sinto por esse meu amigo um desejo de que os maiores e melhores de seus sonhos se superem muito mais do que suas próprias expectativas e que ele seja tão feliz, mas tão feliz, que sua felicidade alcance pessoas em sua volta, como sua singeleza me atingiu. Sinto também ao ver meu amigo, que ainda há coisas nesse mundo que são feitas da forma que tinham que ser: boas. E sinto-me acima de tudo, honradíssimo, por poder dizer que tenho um amigo assim. Lindo, inteligente, simpático, companheiro. AMIGO.

Com açúcar e com afeto, dedico esse post a MEU AMIGO:

Wagner Piassaroli Mantovaneli



.

Friday, April 18, 2008

Leve leve

Acordei hoje com a sensação de uma semana que não deveria ter começado. Até que profissionalmente não foi de todo ruim, mas na esfera pessoal foi meio complicadinho. A começar por sentir uma pressão forte por conta de negócios feitos em família, passando por uma bateria de bateção de boca que foi me irritando e me deixando mais pilhado. Mas nada me irritou e nada me irrita mais do que ver algo que é injusto acontecer, principalmente no tocante à saúde física das pessoas.

Como pode, alguém que você encontra, conversa está perfeito de saúde, de repente, por conta de uma distração, um descuido, o fio de vida, de força, some. To escrevendo pra desabafar, mesmo. Um amigo muito especial que cresceu comigo foi atropelado há dois dias e eu acabo de receber a notícia de que os médicos anunciaram sua morte cerebral. Como pode? Por que de sermos tão frágeis, e por que algumas pessoas têm que morrer? Que morram os maus, que morram os de coração ruim e duro. Mas não alguém que sempre foi a personificação da alegria, do cuidado, da doçura. Não um amigo que sempre deixava você pra cima e nunca, jamais o excluiu por ser ou pensar diferente. Não é algo que me deixa satisfeito, essa coisa da finitude, pior ainda as precoces, as brutais e as que me atingem.

"Vida louca, vida, vida breve. Já que eu não posso te levar, quero que você me leve, LEVE"!

Post dedicado ao meu irmão de fé Vamberg Alves!

Fim de semana vai ser bem triste.

Friday, April 11, 2008

Ney é vinho!

Texto publicado originalmente no blog www.coralidades.blogspot.com, e como foi postada por ela minha alma gêmea, e eu, o seu carteiro, tomei-me na liberdade de postar seu texto aqui, até porque é exatamente o que eu penso. Antes, digo só uma coisa: Gosto da Rita Lee fora dos Mutantes, do Sting fora do Police, do Zeca fora do Fundo de quintal, do Jorge fora do Farofa, do Flávio fora do avião (que se mostra até um teco teco sem ele), Do Serjão fora do Monobloco (que permanece um busão com Pedro Luís), do Lobão fora da Blitz (amém)...anfan!

Cora-meu-amor

Diego Moretto, obg por esse presente. Obg M-E-S-M-O

RAFA


"Hoje chegou pelo correio meu "Inclassificáveis", o mais recente trabalho do Ney Matogrosso.
Isso acarretou na minha vida um "dia de Ney".
Depois de ouví-lo pela décima sétima vez, fui nos meus cds e encontrei umas coisas do Secos e molhados, "Vagabundo" e o "Olhos de Farol".

Ainda estou ouvindo o Ney cantar e isso até rendeu uma poesia.
Antes de descrever o indescritível "Inclassificáveis", eu queria falar de saudosismo.
Boa parte dos meus amigos mais inteligentes e próximos "sofrem" do saudosismo musical, e é onde, para mim, a inteligência fica comprometida.
Falar de Ney com eles já virou uma saga na minha vida, venho ouvindo os mesmos comentários desde "Vagabundo".
"Ney era bom no Secos!"
Aí depois conheci "Olhos de farol" e lá vem a mesma frase.
Tudo bem que "Secos e Molhados" foi ícone de geração, referência pra muito artista atual, e sem dúvidas um grande grupo musical, mas a frase "Ney era bom no Secos!" me tira (um pouco) do sério.
Hoje desisti de comentar (verbalmente) com eles a minha sensação diante de "Inclassificáveis", mas eu nunca desisto de me fazer entender, então eu vou desenhar aqui, do que se trata o último cd do que pra mim, é um dos maiores artistas brasileiros.
"O tempo não pára" é crescente como a letra, imagino que o Cazuza queria ter cantado essa música do jeito que o Ney canta nesse cd.
"Mal necessário" é um bem necessário, a voz do Ney entra grave pra cantar que é "um homem, um bicho, uma mulher..." a guitarra é perfeita e o piano é absurdo, quando a bateria entra você entra numa onda empolgante e o Ney vem junto.
"Leve" tem uma introdução sambinha e a percursão que entra no refrão deixam a gente leve mesmo.
"Fraterno" com o barulho do mar associado ao piano na introdução, e o groove associado ao carrón durante a música só não são mais paradoxos que a própria letra, é quando tudo casa.
"Ouça-me" (e precisa pedir Ney?) "... entre a Terra e a Lua, minh'alma tua..."
Eu não vou descrever todas as faixas, mas tem um detalhe pontual neste cd.
"Veja bem, meu bem" na sua melhor versão, bolero rock, serve?
"Coisas da vida" tem uma batida malemolente que se você se distrair, vai dançar! (isso é literal)
"Ode aos ratos" bom, se o Chico soubesse cantar... enfim...
Que saudosismo o que? O Ney é vinho, e dos bons!"