Thursday, January 31, 2008

Lá vem...

Tá vindo, chegando gostoso e mesmo que de forma delicada, sem pedir permissão pra entrar.
Vem e te faz sentir pleno, completo.
Também, com alguém assim, desse jeito assim, de um carinho assim!
Não há como, não dizer...que eu to gostanto de você.
Que eu penso em você, sonho e acordo com você salpicando minha mente de bons sentimentos.
Enfim, que bom que é você. Que bom é ter você. É ondE que eu sinto dentro de mim.

Wednesday, January 30, 2008

Até a morte morre de medo!

É curioso um homem falar a respeito de um assunto que, em tese, faz parte exclusivamente do universo feminino. De certo que fico feliz de ter nascido homem, e garanto que não é um comentário machista e sim covarde! Não aguentaria a rotina do ciclo menstrual, do parto (sinto calafrios de dor só de imaginar) e da tão devastadora TPM. Há quem diga que uma mulher é capaz até de matar quando se encontra nesses dias.

Mas é de se dar medo, e eu gostaria de compreender as mulheres nesses tempos e que os homens fossem compreendidos também. De certo há cientificamente atestado que ocorrem determinadas reações químicas no organismo feminino que geram essas abruptas reações de humor.

Sei que estou escrevendo isso, pois hoje, o ser humano mais calmo do mundo, minha mãe-uma senhorinha de 59 anos de idade e que ainda tem seu fluxo menstrual perfeito- ter uma crise nervosa diante de mim por conta da tosse sem fim que eu me encontro, fruto de uma gripe que me enferma. Caramba, se até ela, o poço da longanimidade está suscetível à essas intempéries, de certo, vejo que a mulher não é frágil e sim complexa e cheia de nuances das mais interessantíssimas. Mas que a TPM poderia não existir, isso é fato!

Monday, January 28, 2008

Medo do medo que dá. Dá que dá no medo

Essa foi a semana em que mais falei sobre medo nos últimos tempos. E curiosamente foi a semana que eu mais me senti seguro em muito tempo. Curioso mesmo, pois muitas vezes nos enchemos de muitas coisas que fazem parecer que temos uma carapaça forte e inquebrável. Mas o sentir seguro tem um sentido etimológico muito maior.

Mas algo que eu andei falando por aí é que muitas vezes pessoas determinam o caráter e a essência de uma pessoa por conta de seus medos e de coisas que passam pela sua cabeça. Acredito que somento os mortos não sentem medo. Pois até os que sofrem patologias das masi graves e que fazem coisas das mais esdrúxulas, sentem medo. E isso não determina aquilo que faz a pessoa por dentro. Fico imaginando como deve ser triste se houvesse a possibilidade de termos um olhar além desse tempo cronológico que nos prende e víssemos ao mesmo tempo o passado, o presente e o futuro da vida inteira de pessoas que deixamos de nos relacionar simplesmente por conta de pré-conceitos, quando pensamos que a pessoa é complicada pois tem medo. Se víssemos a história de vida de cada um, talvez sentiríamos vergonha de nosso egoísmo; e também raiva por vermos que pessoas foram desperdiçadas em nossas vidas, que serviriam de grande ajuda para nossa formação de caráter.

Até que acredito que seja bom sentir medo. Pois o medo nos faz pensar e refletir em coisas que nos fazem crescer, sejam coisas ruins ou boas. Mas sentir medo é bom sim. Desde que sintamos e ele seja um aliado no caminhar de vida, para nos encorajar a ir adiante em desafios, pois quando eles passam por nós, vemos que o medo serviu apenas para que os passos fossem bem calculados, já que depois vemos que o bicho nem era tão cabeludo assim.

Foi a semana da coragem. De chuva, becos, e conversas boas!

Bonzinho. Fofinho. De longe.

O blockbuster da vez em Hollywood, se sombra de dúvidas é "O Caçador de Pipas". Dirigido por Marc Forster, belícimamente adaptado por David Banioff (A Última Noite) a partir do livro de Khaled Hosseini e que conta a história de Amir (Abdalla), um afegão refugiado nos Estados Unidos que, às vésperas de lançar seu romance de estréia, recebe uma ligação de um amigo da família que agora se encontra no Paquistão. O telefonema leva a um longo flashback que nos remete à infância de Amir e à sua amizade com Hassan (Mahmidzada), filho do empregado da casa. Pertencente à etnia Hazara, Hassan é visto com preconceito pelas crianças locais, que também antagonizam Amir por não aprovarem as atitudes de seu pai, Baba (Ershadi), que insiste em proteger seus empregados – algo que leva a um incidente particularmente violento que culmina no rompimento da amizade entre as duas crianças. Para piorar, com a invasão do exército russo, Baba, notório anti-comunista, é obrigado a deixar o país ao lado do filho, que, anos depois, descobre que o destino de seu velho amigo Hassan não foi dos mais felizes.

Tenham certeza, falarei do filme e não será por alto. O que me impressiona é a capacidade de todo mundo acreditar que essa história é simplesmente uma história de amizade profunda. Se me chamarem de maluco por acreditar em teorias malucas, eu posso até acreditar, mas em "O Caçador de Pipas" ´ fica escancarada a necessidade de se levantar uma bandeira apologista em prol dos norte-americanos e de seus atos em guerra. Quase que uma forma de justificativa por tudo aquilo é feito em guerra pelas forças yankies. Por isso saí do cinema com raiva do filme, por mais que eu tenha achado o filme esplêndido. Se você tem o mínimo de senso de política e das coisas que acontecem no mundo, creio eu que o mesmo sentimento aparecerá ao sair da sala de cinema.

Enfim, falando do filme, propriamente dito, "O Caçador de Pipas" fala sobre guerra (óbvio até agora né?).

Embora aborde a instabilidade política no Afeganistão ao longo das décadas nas quais a trama se passa, O Caçador de Pipas observa a guerra com os russos e a conseqüente dominação do cruel regime taliban como algo periférico, que se torna pertinente apenas no que diz respeito às suas conseqüências nas vidas dos personagens. Com isso, é a dinâmica entre estes que compõe a alma da narrativa – especialmente a amizade entre os jovens Amir (Ebrahimi) e Hassan. Aliás, o relacionamento dos garotos é especialmente complexo, já que Hassan não é apenas um amigo, mas também um empregado de Amir – e sua fidelidade ao outro é marcada pela submissão. Em determinado momento, por exemplo, ele afirma que “comeria terra” se Amir assim ordenasse e, quando este pergunta se isto é verdade, Hassan confirma, mas indaga, angustiado: “Você me pediria isso?”, levando seu amigo-patrão a negar, indignado. Esta breve troca de diálogos, diga-se de passagem, resume perfeitamente a complexa natureza daquela relação e planta, no espectador, a certeza de que algo que exige tanto equilíbrio não poderá durar por muito tempo quando os envolvidos são crianças e, portanto, imaturas demais para compreender sentimentos tão conflitantes.

Da mesma maneira, o filme encontra, no campeonato de pipas que ocorre em determinado instante, uma metáfora maravilhosa (e tocante) para a forma com que os dois garotos enxergam o mundo: enquanto Amir é um mestre no controle da pipa, cortando a linha de seus oponentes com destreza, Hassan é o “caçador” do título, mostrando-se extremamente hábil na tarefa de encontrar as pipas derrubadas pelo amigo. Em outras palavras: enquanto Amir se delicia com a liberdade do brinquedo e a segurança de poder “voar” quando necessário (como realmente fará no futuro), Hassan é obrigado a manter os pés no chão e a lidar sem concessões com a realidade. Aliás, não é à toa que ele demonstra uma visão tão pragmática quando ouve uma história criada por Amir sobre um homem cujas lágrimas podem ser transformadas em pérolas e que, para provocar o próprio choro, mata a esposa. “Por que ele não descascou uma cebola?”, questiona o pequeno menino Hazara, sem hesitar, deixando o sonhador Amir sem palavras.

São momentos como estes que ilustram a sensibilidade de Hosseini (e de Benioff) ao compor seus personagens – algo também confirmado pela natureza absurdamente complexa da raiva que Amir gradualmente passa a sentir de Hassan depois de testemunhar a violência sofrida por este nas mãos dos garotos locais. O que Amir não percebe é que sua antipatia é fruto da própria inação, já que a presença do amigo o faz lembrar da própria fraqueza ao não defendê-lo – e, ao tentar afastar o outro, ele procura esconder o espelho que reflete sua covardia. É fundamental dizer, a propósito, que as performances dos garotos Zekeria Ebrahimi e Ahmad Khan Mahmidzada são profundamente sensíveis e tocantes, o que se torna especialmente surpreendente se considerarmos que os dois jamais haviam atuado antes (e Mahmidzada, em especial, comove com sua submissão e com a alegria infantil que exibe ao ser presenteado com uma pipa, quando um largo sorriso enfeita seu rosto tão precocemente sério).

Enquanto isso, Homayoun Ershadi (O Gosto de Cereja) transforma Baba numa figura igualmente complexa: por um lado, seu carinho por Amir é óbvio; por outro, sua frieza ao exigir mais rigidez do garoto assusta por suas implicações. Ao mesmo tempo, é fácil compreender por que ele julga tão importante incentivar o filho a assumir uma postura mais ativa, já que ele próprio é um homem idealista que não hesita em arriscar a vida para defender um desconhecido. Baba é um pai imperfeito, é verdade (mas quem não é?), mas é também um homem que sabe reconhecer a importância de permitir que Amir siga seu próprio caminho, mesmo que não o aprove – e Ershadi retrata todas estas nuances de maneira sempre tocante, lembrando a igualmente magnífica performance de Irfan Khan no sublime Nome de Família. A diferença é que, aqui, uma revelação feita no final do segundo ato acaba jogando uma sombra particularmente pesada sobre a memória de Baba (o que não deixa de torná-lo ainda mais ambíguo).

Continuando a exibir uma versatilidade admirável na maneira com que conduz seus projetos (A Última Ceia, Em Busca da Terra do Nunca, A Passagem e Mais Estranho que a Ficção), o cineasta Marc Forster já acerta ao escolher paisagens particularmente desoladas da China como locações substitutas para o Afeganistão, já que a aridez vista na tela reflete perfeitamente o tumulto emocional de seus personagens – e a pequena árvore no meio das pedras é um símbolo perfeito do microcosmos de segurança promovido por Baba (e que também se desfará eventualmente). Além disso, Forster cria elipses inspiradas em diversos momentos, destacando-se aquela que transforma um caminhão na fronteira com o Paquistão em um trem elevado na Califórnia e, é claro, aquela que contrapõe uma festa de casamento ao instante em que os noivos a revêem num álbum de fotos. E mais: o diretor se mostra capaz de evocar a alegria do campeonato de pipas (quando, numa pan de tirar o fôlego, revela dezenas de crianças nos telhados de Cabul) e a brutalidade do regime taliban com a mesma eficiência, transformando O Caçador de Pipas numa admirável montanha-russa emocional.

Mas, embora acompanhemos os horrores aos quais aquele sofrido país se viu submetido ao longo dos anos (e a situação impossível do diretor do orfanato é um exemplo doloroso), o filme narra, no final das contas, a trajetória de uma testemunha daquela História: um homem que, por fim, aprende que defender o que julga certo não exige tanta coragem como supunha, mas apenas a força de seus princípios.





Monday, January 07, 2008

tempo perdido?

Existe, gente certa pra hora errada?
Quando há hora que não esperamos e vem, temos que dispensar ou sair do roteiro?
Deixo então a pergunta aí.