Saturday, June 16, 2007

PSIQUÊ

Vivo uma estranha obsessão de querer saber quem eu gostaria de ser caso eu fosse eu mesmo. Será que sou aquilo que penso ser ou aquilo que pensam que sou? Eu sou eu ou eu estou eu? Não tenho a mais vaga idéia do que seria de mim se no mundo só houvesse apenas eu e mais ninguém. Ninguém e alguém são pessoas diferentes? Um outro alguém está mais próximo de mim do que ninguém? Quem é mais sozinho? E de repente fico tão a sós comigo mesmo que realizo intimamente a minha independência tamanha loucura que é ser e estar ao mesmo tempo.

Tenho alguns momentos de prazer individual e gosto de compartilhá-los. Sinto uma enorme preguiça de gente, tenho enjôo de aglomerações. Mas pessoas me fascinam tão rapidamente que volto atrás, mudo de idéia e passo a entendê-las melhor para poder amá-las novamente. E assim deixar com que cada um seja o que pensa que é ou o que eu penso ser elas. Dá quase no mesmo, fico satisfeito em acreditar na mesma coisa que pensam de mim e de outros. Não me fazer entender é a minha maneira de manter a privacidade intocada.

E quem descobrir o que penso ganha a chance de tirar-me da quietude e chegar cada vez mais perto de mim. Às vezes fico em silêncio, posso parecer distante. Mas é quando penso nas palavras que não precisam ser ditas. É quando observo tudo de um modo tão egoísta que só mesmo eu para decifrar os códigos estipulados por alguém que eu penso ser eu. Mas e se não for? Ei, o que você gostaria de ser caso você fosse você mesmo?

Tuesday, June 12, 2007

Tic-Tac. Tic-Tac. Tic...

Balança, balança, balança.
Extremidades, extremos e destinos
Balança, mas não pára.
Vai lá e cá sem saber onde
Tempos avessos, avesso ao tempo
Bate, bate, clic, clic
Uma hora para, uma hora mostra
Que esse vai-vém é normal pra tempos assim
Mas uma hora a hora vira e avisa que agora mudou
E badalará quem faz a ora
E avisará, com sinos!

Monday, June 11, 2007

Bad-Aid, Rifocina, Mercúrio Cromo e Mertiolate

Tudo bem, que eu achei que fosse o único que tivesse passado por uma grande dor como a que passei alguns dias atrás. A gente fica numa fossa, não quer levantar da cama, acha que o mundo inteiro está caindo em cima de você. Só que quando uma tempestade (ainda que seja apenas uma chuva forte de um verão...ou dois), não vemos que nuvens surgem e somem frequentemente no céu. Elas nunca se estacionam.

Aí penso em minha mente, de um adolescente que não cresceu, que não tinha jeito e que minha grande sina era sofrer. Ah, que mentira. Mais de seis bilhões de pessoas trançam suas pernas diariamente nesse purgatóriozinho sujo que chamamos de Terra. Por que eu, justamente eu, não conseguiria umazinha apenas que nao serviria de encaixe pra minha vida? E como o destino da mesma forma que muitas vezes se parece cruel, se mostrou muito gentil para comigo. Posso estar empolgado e parecer me iludir. Mas não, estou empolgado pois voltei a me ver, como eu verdadeiramente sou. E isso pra mim já basta.

E se algo que surge que vai me servir como um agente que vai levando a infecção embora, é muito bem vindo e de muito bom grado que faça sua ação em minha mente, em meu corpo, em minha vida. E quem quer me ver mal ou que venham me trazer pra baixo, que vá pra o diabo!

Friday, June 01, 2007

Egosangria

Eu. Eu, você. Dois, um. Só um. Eu? Sim! Ego! Olhando pra dentro. Eu, minha alegria, minha vida, meu ar, meu alimento. Meu sexo, meu cheiro, meu charme. Meu peso, minha fraqueza, minha força. Minha paixão, minha dor, minha ausência. Eu. Ego. Centro. Meio. Fim. Abstinência. Pânico. Medo. Meu. Meu sonho, meu pesadelo. Meu amanhecer. Meu pôr do sol. Eu. Eu, você. Dois. Um. Só um!