Friday, April 11, 2008

Ney é vinho!

Texto publicado originalmente no blog www.coralidades.blogspot.com, e como foi postada por ela minha alma gêmea, e eu, o seu carteiro, tomei-me na liberdade de postar seu texto aqui, até porque é exatamente o que eu penso. Antes, digo só uma coisa: Gosto da Rita Lee fora dos Mutantes, do Sting fora do Police, do Zeca fora do Fundo de quintal, do Jorge fora do Farofa, do Flávio fora do avião (que se mostra até um teco teco sem ele), Do Serjão fora do Monobloco (que permanece um busão com Pedro Luís), do Lobão fora da Blitz (amém)...anfan!

Cora-meu-amor

Diego Moretto, obg por esse presente. Obg M-E-S-M-O

RAFA


"Hoje chegou pelo correio meu "Inclassificáveis", o mais recente trabalho do Ney Matogrosso.
Isso acarretou na minha vida um "dia de Ney".
Depois de ouví-lo pela décima sétima vez, fui nos meus cds e encontrei umas coisas do Secos e molhados, "Vagabundo" e o "Olhos de Farol".

Ainda estou ouvindo o Ney cantar e isso até rendeu uma poesia.
Antes de descrever o indescritível "Inclassificáveis", eu queria falar de saudosismo.
Boa parte dos meus amigos mais inteligentes e próximos "sofrem" do saudosismo musical, e é onde, para mim, a inteligência fica comprometida.
Falar de Ney com eles já virou uma saga na minha vida, venho ouvindo os mesmos comentários desde "Vagabundo".
"Ney era bom no Secos!"
Aí depois conheci "Olhos de farol" e lá vem a mesma frase.
Tudo bem que "Secos e Molhados" foi ícone de geração, referência pra muito artista atual, e sem dúvidas um grande grupo musical, mas a frase "Ney era bom no Secos!" me tira (um pouco) do sério.
Hoje desisti de comentar (verbalmente) com eles a minha sensação diante de "Inclassificáveis", mas eu nunca desisto de me fazer entender, então eu vou desenhar aqui, do que se trata o último cd do que pra mim, é um dos maiores artistas brasileiros.
"O tempo não pára" é crescente como a letra, imagino que o Cazuza queria ter cantado essa música do jeito que o Ney canta nesse cd.
"Mal necessário" é um bem necessário, a voz do Ney entra grave pra cantar que é "um homem, um bicho, uma mulher..." a guitarra é perfeita e o piano é absurdo, quando a bateria entra você entra numa onda empolgante e o Ney vem junto.
"Leve" tem uma introdução sambinha e a percursão que entra no refrão deixam a gente leve mesmo.
"Fraterno" com o barulho do mar associado ao piano na introdução, e o groove associado ao carrón durante a música só não são mais paradoxos que a própria letra, é quando tudo casa.
"Ouça-me" (e precisa pedir Ney?) "... entre a Terra e a Lua, minh'alma tua..."
Eu não vou descrever todas as faixas, mas tem um detalhe pontual neste cd.
"Veja bem, meu bem" na sua melhor versão, bolero rock, serve?
"Coisas da vida" tem uma batida malemolente que se você se distrair, vai dançar! (isso é literal)
"Ode aos ratos" bom, se o Chico soubesse cantar... enfim...
Que saudosismo o que? O Ney é vinho, e dos bons!"

3 comments:

Cora said...

Eu estou ficando famosa meu "beim"!
Estou sendo repúblicada! hauhauhau
BjO meu amor meu

Diego Moretto said...

O "Inclassificaveis" possui vários méritos para mim: superou o melhor álbum de 07.. superou o "vagabundo" e pode ser o melhor álbum de 08. Q acabe o ano de uma vez na MPB...
:)

Anonymous said...

E há como não republicar um texto belo como este? Cora definiu muito bem o que é este novo e excelente trabalho de Ney, "Inclassificáveis". Concordo que tem tudo pra ser o grande disco do ano, como foi "Vagabundo", eleito pela APCA. Vi o show aqui em Sampa, e é simplesmente hipnótico: musical e visualmente deslumbrante.